Práticas Pedagógicas Inovadoras

mediadas por tecnologias digitais

Confira cinco inspirações que utilizam tecnologias digitais nos processos de ensino e apredizagem, seja em aulas presenciais, remotas ou semipresenciais

Antes de iniciar a leitura, tente responder:

o que é uma Escola Conectada?

Se você acompanha o Centro de Inovação para Educação Brasileira (CIEB) há algum tempo, já sabe que a nossa definição para esse conceito é a seguinte:

Uma escola que possui visão estratégica e planejada para o uso da tecnologia na educação, expressa em seu currículo e nas práticas pedagógicas, com gestores(as) e docentes com competências digitais desenvolvidas, com recursos educacionais digitais selecionados e alinhados ao currículo, e com a equipamentos e conectividade adequada.

O equilíbrio dessas quatro dimensões (visão, competências, Recursos Educacionais Digitais - RED e infraestrutura) permite que as tecnologias digitais aprimorem as práticas pedagógicas, e as escolas ofereçam o ensino híbrido. E é sobre Práticas Pedagógicas Inovadoras (PPI) que vamos falar.

Visão

Competência

RED

Infraestrutura

Práticas pedagógicas inovadoras

As práticas pedagógicas consistem em experiências de aprendizagem planejadas, estruturadas e sistematizadas por docentes para desenvolver as competências e as habilidades de cada componente curricular. Partindo da premissa de que as tecnologias podem potencializar as aprendizagens e proporcionar mais autonomia e protagonismo às crianças e jovens, indicamos práticas pedagógicas que utilizam diversas tecnologias digitais.

Por que as práticas pedagógicas devem ser inovadoras?

Sabemos que inovação é um conceito em movimento, pois trata daquilo que é novo (ideias, produtos, narrativas etc.) e está sempre em mudança. Portanto, práticas pedagógicas inovadoras têm esse caráter de fazer diferente, de sair do que é tradicional e ir em direção a novas experiências. Muitas mudanças aconteceram nos últimos tempos e é preciso buscar novas formas de ensino, pois os(as) estudantes têm novas formas de aprendizagem.

O CIEB sugere que as práticas pedagógicas inovadoras façam uso de tecnologias digitais, que possam extrapolar as paredes das salas de aula físicas e criar experiências de aprendizagem mais condizentes com a contemporaneidade e com o desenvolvimento das competências do século 21.

Essas novas práticas de ensino e de aprendizagem tornam o(a) docente um designer de experiência, capaz de propor jornadas de aprendizagens diferenciadas, estabelecer novas interações, acompanhar o desenvolvimento do(a)s estudantes e inovar!

Práticas Pedagógicas Inovadoras e o ensino híbrido

A Escola Conectada é capaz de oferecer ensino híbrido, integrando momentos presenciais e remotos com o uso de tecnologias digitais para ampliar o tempo, o espaço e respeitar o ritmo de aprendizagem das crianças e jovens.

Nesse contexto, professores e professoras passam a ser designers de experiência de aprendizagem, capazes de construírem cenários inovadores de aprendizagem a partir de modelos para aprendizagem ativa e da integração de novas tecnologias.

No cenário educacional atual, ainda sob o impacto da pandemia do Covid-19, muitos estão diante do desafio de adaptar suas práticas pedagógicas para um modelo remoto com o uso tecnologias digitais. Com o retorno gradativo e, às vezes, descontinuado das aulas presenciais, a abordagem pedagógica do ensino híbrido vem ganhando ainda mais espaço.

E nesse contexto, que requer flexibilidade, diversificação de estratégias pedagógicas, personalização e planejamento integrado, o CIEB, revisou as referências das Práticas Pedagógicas Inovadoras (PPI) mediadas por tecnologias lançadas no início de 2020. Apresentaremos cinco inspirações de PPI que utilizam tecnologias digitais nos processos de ensino e aprendizagem, seja em aulas presenciais, remotas ou semipresenciais.

Há inúmeras PPI mediadas por tecnologia para promover a aprendizagem, mas optamos por explorar apenas alguns exemplos para demonstrar como o ensino híbrido, o pode acontecer na escola e fora dela.

Nossa descrição tem a seguinte estrutura:

O que é?

Uma aproximação conceitual

Como fazer?

Indicação de como cada PPI pode ser desenvolvida com intencionalidade pedagógica clara e de forma inovadora

Potencialidades

Resultados que podem ser obtidos ao adotar a PPI

Infraestrutura necessária

Dentro e fora da escola

Algumas PPI também trazem pontos de atenção para sua implementação em formato remoto e/ou semipresencial.

Espera-se que esse material possa auxiliar secretarias de educação no diálogo com seus professores e professoras, ampliando o olhar para as possibilidades de uso das tecnologias digitais para inovar a prática pedagógica.

Confira aqui as PPI
desenvolvidas pelo CIEB

AULA ENRIQUECIDA COM TECNOLOGIA

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SALA DE AULA INVERTIDA

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ROTAÇÃO POR ESTAÇÕES

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USO DE PLATAFORMAS DIGITAIS

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MAKER COM USO DE TECNOLOGIA

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Aula enriquecida com tecnologia

Interrogação

O que é?

Uso de tecnologias digitais pelo(a) docente para exposição, ilustração ou exemplificação de determinados conteúdos. Por exemplo, uso de bibliotecas e museus virtuais, plataformas que disponibilizam filmes e documentários, simuladores, objetos 3D, ambientes históricos, apresentações de slides etc.

Embora não haja hierarquia entre as cinco PPI selecionadas pelo CIEB, esta pode ser um ponto de partida para docentes que estão desenvolvendo sua fluência no uso das tecnologias digitais nos processos de ensino e aprendizagem.

Como fazer?

Planejar uma experiência de aprendizagem compatível com as competências previstas no currículo;

Selecionar recursos educacionais digitais que atendam ao objetivo pedagógico de cada atividade a fim de ilustrar, complementar e relacionar os novos conhecimentos com os conhecimentos prévios dos(as) estudantes;

Expor, na sala de aula ou em ambiente virtual de aprendizagem (AVA), o recurso selecionado de forma dialogada;

Avaliar os resultados de aprendizagem.

Potencialidades

Não demanda o uso de tecnologias digitais complexas. Recursos facilmente encontrados em sites ou repositórios;

Maior engajamento da turma;

Proporcionar experiências para além da sala de aula, tanto em tempo quanto em espaço.

Infraestrutura necessária

Dentro da escola

Tela para projeção

Projetor

Computador/notebook conectado à internet disponível para o(a) docente

Recursos educacionais, sites e objetos digitais selecionados

Fora da escola

Docentes e estudantes com acesso a dispositivos (tablet, notebook, computador, smartphone etc.) conectados à internet;

Acesso a recursos educacionais digitais;

Ferramenta para videoconferência (Zoom, Google, Meet, Teams, etc.)

DICA

Essa prática pode ser utilizada tanto em momentos presenciais, remotos e/ou semipresenciais. Por exemplo, em uma aula online síncrona, o(a) docente compartilha sua tela com a turma e ilustra o conteúdo por meio da navegação em uma galeria de arte virtual.

Sala de aula invertida

Interrogação

O que é?

Como o nome diz, é a inversão do que conhecemos como “aula”: ao invés de o(a) docente transmitir conteúdos durante a aula (seja online ou presencial), o(a) estudante se apropria do conteúdo e dos materiais preparatórios (textos, vídeos, jogos etc) em casa, ou qualquer outro ambiente, de forma independente. Dessa forma, ele(a) se prepara para o momento coletivo da aula – de forma ativa – para discutir, construir conhecimento, desenvolver projetos colaborativamente sobre o tema estudado e sanar possíveis dúvidas. Essa prática possibilita a criação de novas estratégias de ensino e aprendizagem a partir dos feedback dos(as) estudantes no momento coletivo.

Como fazer?

Planejar experiências de aprendizagem com objetivos claros sobre as habilidades a serem desenvolvidas;

Criar roteiros de estudo para os(as) estudantes (o que buscar, o que observar, o que levar para a turma);

Selecionar materiais que serão disponibilizados previamente (vídeos, textos, quizzes etc.);

Disponibilizar os materiais em redes sociais, plataformas digitais, ambientes virtuais de aprendizagem etc.;

Criar roteiros de discussão sobre o tema para a turma (que pode ter acesso ao documento previamente) e colocá-lo em prática, colaborativamente;

Avaliar a experiência de aprendizagem (autoavaliação, participação, colaboração, construção coletiva).

Potencialidades

Melhor aproveitamento do tempo coletivo com a turma para construção colaborativa do conhecimento;

Autonomia e protagonismo dos(as) estudantes, que se tornam mais ativos;

Alto engajamento dos(as) estudantes na sua aprendizagem e na aprendizagem do grupo;

Desenvolvimento de habilidades gerais, além das específicas da disciplina, como: senso crítico, colaboração, criatividade, solidariedade, comunicação etc.

Infraestrutura necessária

Dentro da escola

Dispositivos (tablet, notebook, computador) conectados à internet disponíveis aos(às) estudantes no contraturno;

Dispositivos (tablet, notebook, computador) conectados à internet disponíveis aos(às) docentes na sala dos(as) professores(as);

Ambiente virtual de aprendizagem, sala de aula virtual, plataformas digitais e/ou grupos em redes sociais para disponibilização de conteúdo.

Fora da escola

Docentes e estudantes com acesso a dispositivos (tablet, notebook, computador, smartphone etc.) conectados à internet;

Ferramenta para videoconferência (Zoom, Google Meet, Teams etc);

Ambiente virtual de aprendizagem, sala de aula virtual, plataformas digitais e/ou grupos em redes sociais para disponibilização de conteúdo.

DICA

Essa prática pode ser utilizada tanto em momentos presenciais, remotos e/ou semipresenciais. A dica é sempre dedicar atenção ao planejamento das aulas e à comunicação com a turma de estudantes. Um exemplo de atividade é a organização de um debate virtual.

Para que esse momento síncrono tenha mais engajamento, o(a) docente pode compartilhar, previamente ao momento do debate, diversos textos com visões diferentes sobre o tema a ser discutido. Os(as) estudantes deverão ser orientados(as) a ler os textos antes da atividade síncrona.

Rotação por estações

Interrogação

O que é?

Experiências de aprendizagem organizadas em estações. Cada estação (com espaço e atividade definidos) tem um objetivo de aprendizagem dentro do(s) tema(s) estudados, e as atividades se complementam. A turma é dividida em grupos, que percorrem todas as estações em momentos diferentes. Ao menos uma estação deve envolver o uso de tecnologias digitais.

Como fazer?

Planejar experiências de aprendizagem com objetivos claros sobre as habilidades a serem desenvolvidas em cada estação;

Estruturar e separar materiais que serão utilizados em cada estação;

Estipular tempo de duração, formato das rotações e número de estações;

Realizar o rodízio garantindo que todos os(as) estudantes passem por todas as estações;

Avaliar a experiência de aprendizagem e o aprendizado dos grupos e da turma.

Potencialidades

Respeito aos estilos de aprendizagem;

Experimentação de diversas oportunidades de aprendizagem;

Compartilhamento do aprendizado;

Autonomia dos(as) estudantes;

Alto engajamento dos(as) estudantes.

Infraestrutura necessária

Dentro da escola

Dispositivos (tablet, notebook, computador) conectados à internet disponíveis aos(às) estudantes en sala de aula e/ou espaço de inovação.

Fora da escola

Docentes e estudantes com acesso a dispositivos (tablet, notebook, computador, smartphone etc.) conectados à internet;

Ferramenta para videoconferência (Zoom, Google Meet, Teams etc.);

Ambiente virtual de aprendizagem, sala de aula virtual, plataformas digitais e/ou grupos em redes sociais para disponização de conteúdo.

DICA

Essa prática pode ser utilizada tanto em momentos presenciais, remotos e/ou semipresenciais. Por exemplo, em uma aula online síncrona, o(a) docente pode dividir a turma em diferentes salas temáticas por meio de um ferramenta de videoconferência. Cada sala deverá ter uma proposta de trabalho e de produção de evidência de aprendizagem. Lembrando que cada grupo deverá passar por todas as atividades propostas em cada estação. Outra possibilidade é para estudantes que estarão em atividade remota (pode estar numa estação) enquanto os estudantes que estão na escola estão em outra estação (presencialmente).

Uso de plataformas digitais (ou ambientes virtuais de aprendizagem)

Interrogação

O que é?

Utilização de plataformas digitais (ou AVA), preferencialmente adaptativas, que possibilitam ao(à) docente desenhar trajetos de aprendizagem alinhados às necessidades de cada estudante e/ou grupos de estudantes. Essa personalização é possível por meio das funcionalidades das plataformas, que permitem atividades de acompanhamento, a realização de avaliações contínuas e o acesso a dados analíticos de aprendizagem.

Como fazer?

Planejar experiências de aprendizagem com objetivos claros sobre as habilidades a serem desenvolvidas;

Entender os recursos disponíveis na plataforma e propor trajetos de aprendizagem diferenciados;

Selecionar/criar atividades com níveis de desafios diferenciados a fim de atender aos diversos estilos de aprendizagem;

Identificar, por meio de dados analíticos de aprendizagem, os desafios e facilidades de cada estudante e turma para (re)planejar os próximos passos;

Realizar curadoria e/ou criação de recursos educacionais digitais para disponibilizá-lo na plataforma;

Avaliar o impacto da experiência de aprendizagem.

Potencialidades

Respeita o ritmo e o estilo de aprendizagem dos(as) estudantes;

Propicia a autonomia e o protagonismo dos(as) estudantes;

Proporciona alto engajamento dos(as) estudantes;

Oferece personalização da aprendizagem.

Infraestrutura necessária

Dentro da escola

Dispositivos (tablet, notebook, computador) conectados à internet disponíveis aos(às) estudantes no contraturno;

Dispositivos (table, notebook, computador) conectados à internet disponíveis aos(às) docentes na sala dos(as) professores(as);

Disponibilidade de plataforma digital.

Fora da escola

Docentes e estudantes com acesso a dispositivos (tablet, notebook, computador, smartphone etc.) conectados à internet.

Disponibilidade de plataforma digital.

DICA

Essa prática pode ser utilizada tanto em momentos presenciais, remotos e/ou semipresenciais. A dica é ter intencionalidade pedagógica clara para o uso de plataformas digitais e manter uma comunicação constante com os(as) estudantes. Um exemplo de experiência de aprendizagem (que pode ser usada dentro da escola e fora dela) é a criação de trilhas de atividades, em plataformas digitais, priorizando os saberes já desenvolvidos pelos(as) estudantes e outros que os desafiem a avançar. O(a) docente pode solicitar que cada estudante registre no diário de bordo (disponível na plataforma digital) suas descobertas e sistematize o aprendizado de sua trilha de aprendizagem. A partir dessas sistematizações, é possível reavaliar a proposta, desenhar novas experiências e disponibilizar atividades de reforço, se necessário.

Maker (mão na massa) com tecnologia

Interrogação

O que é?

Experiências de aprendizagem realizadas por meio da construção de artefatos, protótipos, ferramentas digitais, aplicativos em diferentes áreas e componentes curriculares. Desenvolvida de maneira interdisciplinar, a prática maker possibilita o uso e/ou o desenvolvimento de tecnologias para criar soluções criativas para problemas reais da escola e/ou comunidade.

Como fazer?

Planejar as experiências de aprendizagem com objetivos claros sobre as habilidades a serem desenvolvidas;

Criar e/ou identificar situações de aprendizagem que envolvam a resolução de problemas;

Disponibilizar recursos digitais, materiais, ferramentas digitais, aplicativos e equipamentos que auxiliem na criação de soluções para as situações de aprendizagem;

Discutir, colaborativamente, sobre a viabilidade de implementação dos protótipos sugeridos ou criados;

Construir e experimentar as soluções criadas;

Analisar a viabilidade das soluções criadas para a resolução dos problemas iniciais;

Avaliar o impacto da PPI no engajamento, criatividade e resolução de problemas (individual e em grupo).

Potencialidades

Desenvolvimento do pensamento crítico e criativo;

Possibilidade de engajamento dos(as) estudantes na tarefa e na solução do problema;

Experimentação;

Desenvolvimento de habilidades do pensamento computacional: senso crítico, colaboração, criatividade etc.

Infraestrutura necessária

Dentro da escola

Dispositivos (tablet, notebook, computador) conectados à internet disponíveis aos(às) estudantes no contraturno;

Dispositivos (tablet, notebook, computador) conectados à internet disponíveis aos(às) docentes na sala dos(as) professores(as);

Disponibilidade de recursos digitais, materiais, ferramentas digitais, aplicativos e equipamentos para auxiliarem na construção das soluções.

Fora da escola

Docentes e estudantes com acesso a dispositivos (tablet, notebook, computador, smartphone etc.) conectados à internet.

Disponibilidade de recursos digitais, materiais, ferramentas digitais, aplicativos e equipamentos para auxiliarem na construção das soluções

DICA

Essa prática pode ser utilizada tanto em momentos presenciais, remotos e/ou semipresenciais. As experiências maker podem ser feitas de modo síncrono, no qual o(a) docente pode acompanhar em tempo real as experiências, tirando dúvidas e fazendo orientações; ou de modo assíncrono, no qual os(as) estudantes são desafiados(as) a resolverem os problemas de maneira autônoma ou com o apoio de vídeos. É possível usar materiais simples, laboratórios virtuais e aplicativos gratuitos para a realização das tarefas. As descobertas e as criações podem ser compartilhadas de forma remota ou presencial.